DISLIPIDEMIA
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Diálogo sobre: Intolerância à Estatina E o Ácido Bempedoico
Dr. A: Você viu os resultados do ensaio CLEAR Outcomes sobre o ácido bempedoico em pacientes intolerantes à estatina?
Dr. B: Sim, eu li sobre isso. Realmente intrigante, especialmente considerando a dificuldade que temos em manejar pacientes que não toleram estatinas.
Dr. A: Exatamente. A terapia com estatinas tem sido a espinha dorsal na prevenção de eventos cardiovasculares, mas essa intolerância é um obstáculo real para alguns. O ácido bempedoico parece promissor, reduzindo o risco de eventos cardiovasculares adversos maiores em 13%.
Dr. B: E o que é ainda mais interessante é a redução nos níveis de LDL-C e proteína C-reativa de alta sensibilidade (hs-CRP). Essa combinação de efeitos redutores de lipídios e anti-inflamatórios pode ser um grande avanço.
Dr. A: Verdade. E o fato de terem incluído uma grande proporção de mulheres e indivíduos de alto risco sem evento cardiovascular prévio no estudo dá mais peso aos resultados. Sempre houve esse ceticismo em relação à redução de lipídios na prevenção primária.
Dr. B: Sim, essa parte é crucial. Entre os participantes do estudo intolerantes a estatinas para tratamento de prevenção primária, o ácido bempedoico reduziu o risco de eventos cardiovasculares adversos em 30%. E não podemos ignorar as reduções significativas na mortalidade cardiovascular e por todas as causas.
Dr. A: Exatamente, embora seja interessante notar que não houve impacto no risco de AVC ou revascularização coronária. Isso pode ser um ponto a considerar na discussão com os pacientes.
Dr. B: Com certeza. A mensagem principal parece ser que para aqueles que realmente não podem tolerar estatinas, temos agora uma alternativa comprovada. Além, claro, da importância de uma melhoria agressiva no estilo de vida.
Dr. A: Sem dúvida. E considerando o perfil de segurança e tolerabilidade do ácido bempedoico, isso pode mudar a forma como abordamos a prevenção primária em pacientes intolerantes à estatina.
Dr. B: Vai ser interessante ver como esses dados serão incorporados no dia a dia com nossos pacientes. Por enquanto, parece uma opção valiosa para adicionar ao nosso arsenal terapêutico.
Conclusão: s resultados promissores do ensaio CLEAR Outcomes envolvendo o ácido bempedoico em pacientes intolerantes à estatina. Eles destacam a importância desses achados no manejo de pacientes que não podem tolerar estatinas, enfatizando a redução no risco de eventos cardiovasculares adversos, bem como nos níveis de LDL-C e hs-CRP. A discussão também aborda a relevância desses resultados para a prevenção primária e a gestão de expectativas em relação aos benefícios e limitações do ácido bempedoico. Este diálogo reflete o contínuo desenvolvimento no campo da cardiologia e a busca por alternativas seguras e eficazes para pacientes com intolerância à estatina.
Referencia:
CLEAR Outcomes Investigators: DOI: 10.1056/NEJMoa2215024