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Diálogo: Você faz ataque de AAS e Clopidogrel antes da Angioplastia Coronária?
Dr. A: Você já se deparou com aquela questão da DAPT, especialmente sobre a dose de ataque em pacientes já em uso contínuo de AAS e clopidogrel, que vão passar por uma nova angioplastia?
Dr. B: Ah, sim, essa é uma situação bastante comum. A maioria dos nossos pacientes com doença aterosclerótica está em AAS de forma contínua. A questão é: eles precisam de uma nova dose de ataque antes da angioplastia?
Dr. A: Exatamente. A literatura sugere uma nova dose de ataque de AAS, algo entre 162 a 325mg, que pra gente é mais conhecida como de 200 a 300mg, para todos os pacientes indo para angioplastia com stent, independentemente de já estarem em terapia de manutenção.
Dr. B: Isso vem dos primeiros ensaios com angioplastia coronária com balão, não é? Mas há um estudo observacional mais recente, com mais de 65 mil pacientes, que realmente destaca o papel do AAS nesse cenário. A falta de pré-tratamento com AAS foi associada a um maior risco de morte e AVC.
Dr. A: E sobre o clopidogrel? Ainda não está claro se pacientes em uso crônico precisam de uma dose de ataque adicional.
Dr. B: Pois é, temos aqueles dois estudos randomizados. O RELOAD mostrou que uma dose de 900mg reduziu significativamente a função plaquetária comparada com doses menores. E o ARMYDA-4 RELOAD, que não encontrou diferença significativa no desfecho primário, mas viu um benefício em pacientes com SCA que receberam a "recarga" de clopidogrel.
Dr. A: Então, para pacientes que já passaram pelo cateterismo diagnóstico e estão indo para angioplastia, a recomendação é administrar uma nova dose de ataque de clopidogrel de 300 a 600mg pelo menos 24 horas antes, certo?
Dr. B: Exato. E se a dose de "recarga" foi feita há mais de 24h, continua-se com 75mg/dia até o dia da angioplastia. E, claro, no contexto de angioplastia eletiva, o clopidogrel ainda é o mais utilizado, visto que ticagrelor e prasugrel são menos comuns.
Dr. A: Essas nuances na DAPT são fundamentais para a segurança do procedimento. Ajustar a dose de ataque, especialmente em pacientes já em terapia, pode fazer uma grande diferença nos resultados.
Dr. B: Com certeza. E manter-se atualizado com as últimas evidências e diretrizes é chave para otimizar o tratamento. Essa troca de informações é sempre valiosa.
Conclusão: discute-se a importância da dose de ataque na dupla terapia antiplaquetária (DAPT) para pacientes submetidos a angioplastia coronária, especialmente aqueles já em uso de AAS e clopidogrel. A discussão ressalta a necessidade de seguir as recomendações baseadas em evidências para maximizar a segurança e eficácia do procedimento, refletindo a complexidade e a dinâmica da tomada de decisão clínica nesse contexto.
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Referências:
Diretriz 2021 ACC/AHA/SCAI para revascularização da artéria coronária
https://doi.org/10.1016/j.jacc.2021.09.006
RELOAD
DOI: 10.1161/CIRCULAÇÃOAHA.108.776757
ARMYDA-4 RELOAD